terça-feira, 31 de julho de 2007

Nem sempre quem trabalha muito, produz muito.

O sociólogo italiano, Domênico de Masi, autor do best-seller "O Ócio Criativo", afirma o seguinte:

"As empresas continuam a se organizar como em uma linha de montagem, na qual a produção é resultado direto do número de horas trabalhadas"

Infelizmente, algumas empresas de Varejo são conduzidas como se fossem indústrias, nas quais o número de horas trabalhadas, faz enorme diferença no resultado da produção.

São inúmeros os casos de profissionais tremendamente valorizados por serem os primeiros a chegar e os últimos a sair. Geralmente, estes funcionários são aqueles que detêm o "poder da chave". Sim, a chave da empresa determina um enorme poder!

Estes profissionais que "trabalham muito", geralmente são multi-funcionais e cumprem as mais diversas tarefas, nas mais diversas áreas.
Invariavelmente não acrescentam absolutamente nada no resultado da empresa, muito pelo contrário ajudam a engordar a folha de pagamento com suas infindáveis horas-extras.

Isso quando não ocupam cargos gerenciais... e, lamentavelmente, quando ocupam cargos gerenciais, são ainda piores para a organização, pois esta "multi-funcionalidade" toda, acaba gerando uma auto-frustração e para "compensar", obrigam toda a equipe a "trabalhar" absurdamente, geralmente produzindo pouco, ocasionando um descontentamento generalizado.

Estruturas assim valorizam demais a transpiração e ignoram a inspiração; carregar caixas e fardos tende a ter muito mais valor que gerar idéias que aumentem o faturamento e reduzam custos.

"Trabalhar" (e não produzir) 12 ou 15 horas por dia, tende a ser muito mais importante e valorizado do que trabalhar (e produzir) por apenas 8 ou 9 horas por dia mudando os resultados, aumentando os lucros, etc...

Domênico afirma ainda:
"A empresa pós-industrial, demanda criatividade em todos os níveis, algo que não existe sem o ócio criativo."

Por ócio criativo não entendo o "não fazer nada".

É a coexistência do trabalho, com o qual produzimos riqueza, do estudo, com o qual produzimos conhecimento, e do divertimento, com o qual produzimos bem-estar.

Portanto esta valendo a máxima:

"Nem sempre quem trabalha muito, produz muito!"

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